Sabe aquelas pinceladas de poesia
que enchem de graça as coisas comuns de todos os dias? Pois é. Aconteceu hoje:
dia útil, meio da tarde, sozinha na sala, entre aquelas tarefas todas de uma
terça-feira. Deve ser a centésima vez que o telefone toca, e, como nas outras
noventa e nove, atendo.
Do outro lado da linha um senhor,
que, pela voz, deve ter algo em torno dos 60 anos. Quer detalhes de um curso
que anunciamos e sobre o qual recebeu informações em sua caixa de emails.
Mostra-se bastante entusiasmado à medida que vou explicando o objetivo e como
funciona o treinamento. Conversamos por uns 10 minutos, e, esclarecidas as
dúvidas iniciais, passamos a falar sobre sua inscrição.
Ele pergunta: e qual é a data do
curso?
Respondo: dia 25 de maio.
Com um tom de preocupação na voz,
ele diz: 25 de maio! É um sábado!
Eu: sim – e começo a apresentar
as razões.
Ele interrompe: não é isso... Sim,
é um sábado. Mas também é noite de Lua cheia. Minha esposa e eu fazemos questão
de estar na roça, para assistir juntos ao surgir de todas as Luas cheias.
E fico a me perguntar que espécie de amor será essa que
não se cansa da mesma companhia para o mesmo espetáculo, repetido todos os
meses. Admirada e encantada, perco toda a capacidade de argumentação. E penso
que um dia, assim como o desconhecido ao telefone, quero ter sabedoria para
compreender prioridade e importância, e, de forma tão prática, colocar cada uma
em seu devido lugar.
Que lindo, Raquel! Poesia pura. A-do-rei. Beijos!
ResponderExcluirFico tão feliz em ter você como leitora, Carla!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho!
Beijos!