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26 de mar. de 2013

Outras formas de Poesia



Sabe aquelas pinceladas de poesia que enchem de graça as coisas comuns de todos os dias? Pois é. Aconteceu hoje: dia útil, meio da tarde, sozinha na sala, entre aquelas tarefas todas de uma terça-feira. Deve ser a centésima vez que o telefone toca, e, como nas outras noventa e nove, atendo.

Do outro lado da linha um senhor, que, pela voz, deve ter algo em torno dos 60 anos. Quer detalhes de um curso que anunciamos e sobre o qual recebeu informações em sua caixa de emails. Mostra-se bastante entusiasmado à medida que vou explicando o objetivo e como funciona o treinamento. Conversamos por uns 10 minutos, e, esclarecidas as dúvidas iniciais, passamos a falar sobre sua inscrição.

Ele pergunta: e qual é a data do curso?

Respondo: dia 25 de maio.

Com um tom de preocupação na voz, ele diz: 25 de maio! É um sábado!

Eu: sim – e começo a apresentar as razões.

Ele interrompe: não é isso... Sim, é um sábado. Mas também é noite de Lua cheia. Minha esposa e eu fazemos questão de estar na roça, para assistir juntos ao surgir de todas as Luas cheias.

E fico a me perguntar que espécie de amor será essa que não se cansa da mesma companhia para o mesmo espetáculo, repetido todos os meses. Admirada e encantada, perco toda a capacidade de argumentação. E penso que um dia, assim como o desconhecido ao telefone, quero ter sabedoria para compreender prioridade e importância, e, de forma tão prática, colocar cada uma em seu devido lugar.



2 comentários:

  1. Que lindo, Raquel! Poesia pura. A-do-rei. Beijos!

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  2. Fico tão feliz em ter você como leitora, Carla!
    Obrigada pelo carinho!
    Beijos!

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