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8 de mai. de 2013

Que diferença isso faz?



Do alto de minhas boas intenções, hoje sugeri a um adulto que incluísse um "por favor" em seu pedido a um colega. Adulto inteligente, com formação acadêmica, títulos e tal. A resposta veio em tom agressivo:

– "E que diferença isso faz?”

Não sei se por excesso de sensibilidade da minha parte ou por excesso de indelicadeza por parte de outros (minoria, ainda bem!), não consigo esconder a expressão de perplexidade. Fico boba, passada, triste mesmo. Respondi com o silêncio.

Digeri o “diálogo” durante as horas seguintes, a caminho de casa. E lembrei-me daquele texto atribuído a Madre Tereza de Calcutá, com um trechinho que diz: “Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro. Seja gentil, assim mesmo (...) veja que, no final das contas, é um acordo entre você e Deus. Nunca foi entre você e as outras pessoas”. E vi, pelo caminho, que Ele cumpre fielmente sua parte no acordo.

Da curva da Avenida do Contorno dá pra ver um tom incrível de dourado no horizonte, típico de fim de tarde de Outono. Gentileza de graça.

Mesmo fora de época, a Quaresmeira da Praça da Savassi continua escandalosamente florida, espalhando um tapete de pétalas roxas pelo chão. Gentileza de graça.

Depois de cinco minutos esperando para atravessar a rua, um motorista para e faz sinal com a cabeça pra que eu atravesse. Gentileza de graça.

A mulher apressada divide comigo a calçada estreita, e na correria, esbarra a bolsa em meu braço. Ela para, e com um sorriso pede desculpas. Gentileza de graça.

No ônibus cheio tento me ajeitar carregando alguns pacotes nas mãos. O moço da cadeira ao lado, também com um sorriso, se oferece para levá-los pra mim. Gentileza de graça.

Enfim em casa, organizando a pequena bagunça deixada no quarto pela manhã, ouço uma batida na porta e, ao abrir, recebo um pé-de-moleque, “pra adoçar a vida”. Gentileza de graça.

E se posso parafrasear a fala do apóstolo Paulo na segunda carta a Timóteo, direi sobre o caráter de Deus: “se formos indelicados, Ele permanece gentil, pois não pode negar-se a si mesmo”. Que a insensibilidade me perdoe, mas isso faz toda diferença!

Renovei o acordo. Vou insistir na gentileza. E você, se quiser, pode assiná-lo também.