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7 de jan. de 2012

De novo chuva




Até as tardes de chuva são diferentes no interior. Gosto delas. Aliás, gosto de chuva em qualquer lugar, mas aqui é diferente porque as nuvens negras apenas anunciam que vai cair água – muita, no caso de hoje! – Não carregam a preocupação com os desastrosos alagamentos que as chuvas de Verão têm causado lá na capital.

Aqui a chuva é bem-vinda, celebrada! Significa que depois do Sol forte e do calor do dia a noite virá fresca. E que os homens do campo, recém-chegados da lavoura, dormirão tranqüilos e agradecidos porque chuva e sol tem se juntado ao seu esforço para garantir a fartura das colheitas daqui a poucos meses.

E quando esgotam o reservatório que tinham para agora as nuvens deixam aparecer pedacinhos de azul e ainda permitem que o Sol lance seus raios de despedida sobre a Terra. Há tantas promessas nesse espetáculo dourado!

O verde das plantas é acentuado e mais brilhante depois da chuva. Papai diz que elas agradecem pela água e vendo-as agora consigo entender sua linguagem: é uma maneira linda de agradecer! Acho que a revoada barulhenta das maritacas e o canto sincronizado das saracuras também devem ser por pura gratidão (teriam elas um maestro no bando?). Imaginando o sorriso do Criador diante de tanta vida, tão ruidosa, colorida e bonita em cada detalhe, não posso deixar de sorrir também, grata pelo prazer de contemplar todo esse espetáculo da minha varanda transformada em camarote.

Pitadas de magia e beleza contidas nas coisas simples de todo dia, transformadas em presentes para encher o coração de alegria! Longe de ser comum, longe de ser direito meu, longe de ser obrigação do Criador. É graça – favor não merecido –, amor desenhado pra eu entender!

Sim, é muito bom estar de folga e poder estar em casa! Bom que o Senhor sabe que as lágrimas fáceis agora misturadas aos sorrisos bobos são a minha forma de agradecer... E é muito bom poder desfrutar as delícias de uma tarde de chuva!